Todas as vezes que ouvimos a palavra “autismo” é comum relacionarmos com alguns estereótipos, como: isolamento, quietude, incomunicabilidade. Mas é importante ressaltar que não há só um tipo de autismo, mas diferentes graus dentro desse transtorno de desenvolvimento, um espectro que abrange diferentes déficits comportamentais.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por alterações significativas na comunicação, na interação social e no comportamento. Essas alterações levam a importantes dificuldades adaptativas e aparecem antes dos três anos de idade, podendo ser percebidas, em alguns casos, já nos primeiros meses de vida.
Dois milhões de famílias no Brasil convivem com o transtorno do espectro autista.
As causas ainda não estão claramente identificadas, porém já se sabe que o autismo é mais comum em crianças do sexo masculino e independente da etnia, origem geográfica ou situação socioeconômica.
Segundo a Classificação Internacional de Doenças, oficialmente adotada pela legislação brasileira, dentro do Transtorno do Espectro Autista existe a chamada Síndrome de Asperger – que é definida como o autismo de alto desempenho, onde a inteligência e a fala estão preservadas, apesar das dificuldades sociais.
Existe diferença entre Autismo e Asperger?
De acordo com a 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-V), não há mais diferença entre autismo e asperger. Em termos práticos, o asperger seria o autista de alto funcionamento.
A Síndrome de Asperger é muito mais comum do que a maioria das pessoas pensa. O Asperger costuma ser diagnosticado mais tardiamente do que o autismo, que é percebido de forma precoce até os três anos de idade. Porém, em casos leves pode ser identificada somente na adolescência ou até mesmo na idade adulta.
Estima-se que 1% da população mundial esteja enquadrada no espectro autista, segundo dados dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças do Governo dos Estados Unidos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 em cada 160 crianças tem diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“O autismo de alto funcionamento, ou Síndrome de Asperger, é caracterizado por comportamentos comuns a qualquer outro indivíduo com o diagnóstico de autismo, como: dificuldade de comunicação e interação social, presença de estereotipias, alteração sensorial e interesses restritos. Entretanto, esses indivíduos são colocados em um subgrupo denominado “alto funcionamento” por não apresentarem outras comorbidades, como: deficiência intelectual, e não possuírem atrasos significativos de linguagem na primeira infância, por exemplo”, comenta a especialista em Neuropsicologia e Analista do Comportamento Aplicada ao Autismo do Grupo Conduzir, Renata Michel.
A Síndrome de Asperger e seus aspectos
Comportamento repetitivo e rotinas
Os aspergers muitas vezes necessitam de uma rotina diária bem estruturada, com horários específicos para cada atividade que será realizada no dia. Sair do cronograma, incluindo para passeios simples, pode causar incômodo, caso não sejam avisados com dias de antecedência.
Sensibilidade sensorial
Pessoas com Síndrome de Asperger também podem experimentar maior ou menor sensibilidade a sons, toques, gostos, cheiros, luz, cores, temperaturas ou dor. Por exemplo, eles podem encontrar certos sons de fundo (que outras pessoas ignoram ou bloqueiam), insuportavelmente alto ou distrativo. Isso pode causar ansiedade ou até mesmo dor física.
Atenciosos a detalhes
Normalmente, são atenciosos a detalhes, com tendência a fazerem descrições aprofundadas de assuntos que despertam sua atenção. Habilidades incomuns, como memorização de números e mapas, são comuns em pessoas com essa síndrome.
A empatia de maneira diferente
Em gerações passadas, pessoas com autismo eram frequentemente retratadas na mídia e na literatura médica como autômatos sem emoções, incapazes de sentir compaixão. Na realidade, esses pacientes frequentemente se preocupam com os sentimentos daqueles que os cercam, muitas vezes a um nível paralisante.
O problema é que eles têm dificuldades em decodificar os sinais sociais – as ligeiras mudanças na expressão facial, na linguagem corporal e no tom de voz, que nós facilmente percebemos.
O preconceito e a falta de informação
Pelo motivo da falta de informação, muitas pessoas olham com estranhamento para os aspergers, o que dissemina uma imagem estereotipada e preconceituosa. Para gerarmos informação de qualidade e ajudarmos no sentido da sociabilizarão, é importante que:
– Pais, amigos, professores e outros indivíduos que convivem com a criança portadora de asperger devem respeitar seu tempo de aprendizado e encorajá-lo a manter comunicação com os colegas.
– Educadores devem explorar temas de interesse do aluno e ampliar novos assuntos em torno dele, estimulando sua aprendizagem.
– Deve-se conversar com o asperger de maneira objetiva e visual, para evitar qualquer ruído que atrapalhe a compreensão.
Isso ajuda pessoas com Síndrome de Asperger (e suas famílias, parceiros, empregadores, colegas, professores e amigos) a entender por que eles podem enfrentar certas dificuldades, e o que podem fazer diante delas.
Mesmo sem cura, os sintomas da Síndrome de Asperger podem ser amenizados?
O autismo de alto rendimento, ou Síndrome de Asperger, é um transtorno muito heterogêneo. Logo, existe um conjunto de tratamentos que, quando conciliados, conseguem oferecer uma melhora dos sintomas. É essencial entender que o tratamento é muito individualizado, e que os diferentes pacientes respondem de forma particular a cada terapia.
Quanto antes a criança for estimulada, melhor ela vai se desenvolver.
O Governo Federal sancionou a lei 13.438, que obriga o SUS a adotar um protocolo padronizado, com cerca de 20 perguntas, que avaliam os riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses – período em que o sistema nervoso está em formação. A Lei vai evitar que o diagnóstico tardio comprometa o desenvolvimento das crianças.
Algumas pessoas com Síndrome de Asperger também têm problemas de saúde mental ou outras condições, o que significa que as pessoas precisam de diferentes níveis e tipos de apoio.
Não há “cura” para a Síndrome de Asperger. No entanto, há uma série de estratégias e abordagens úteis para melhorar as condições de vida.
O tratamento da síndrome é realizado por um psicólogo especializado, através da abordagem ABA (Applied Behavior Analysis), uma Ciência aplicada do comportamento, única indicada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), e de preferência desde a infância do paciente.
“O primeiro grande desafio de um indivíduo que seja autista de alto funcionamento é o seu diagnóstico, especialmente em nosso país. Em países como o Reino Unido, caso um médico não realize um diagnóstico preciso, e havendo comprovada negligência, o mesmo pode responder judicialmente por tal ato. Da mesma forma, o governo que não provenha a intervenção em ABA, pode ser igualmente penalizado. No Brasil, entretanto, ainda temos um longo caminho a percorrer. Na maioria das vezes, os médicos não percebem nenhum sinal de atraso no paciente e alegam que os pais (quase sempre a mãe) da criança estão “paranóicos” ou “exagerando” ao relatar qualquer estranheza no comportamento de seu filho. Do grupo seleto de profissionais que possuem boa formação e consegue realizar esse diagnóstico, ainda existe uma minoria que indica a intervenção em ABA. Muito comumente os pais relatam que o médico realizou o diagnóstico mas disse que “ABA é uma terapia para casos graves ou precoces” – sendo que as pesquisas têm, cada vez mais, confirmado que isso não é verdade”, relata Renata Michel, especialista em Neuropsicologia e Analista do Comportamento Aplicada ao Autismo do Grupo Conduzir.
A Análise do Comportamento é uma ciência que pode ser aplicada para modificar, melhorar, ensinar, ampliar qualquer comportamento. Desde ensinar uma criança a apontar, ir ao banheiro, até “paquerar”, falar com a namorada e ser inserido no mercado de trabalho. São pequenas sutilezas e regras de convenções sociais que não são entendidas de forma natural para esses indivíduos, mas podem ser ensinadas através de um treino específico. A Análise do Comportamento possui intervenções capazes de ensinar repertórios para o estabelecimento de relações sociais adequadas e de oferecer uma melhor qualidade de vida a esses indivíduos, para ajudá-los com suas interações sociais (seja para conviver melhor com seu cônjuge, colegas de trabalho ou família ou encontrar um parceiro romântico ou amigos), ou para se organizar e gerir o seu tempo.
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